Liga de volta à boa maneira portuguesa!


Liga de volta à boa maneira portuguesa!
Com apenas 16 equipas, a Liga portuguesa 2006/2007 começa nesta sexta-feira com um Porto-Leiria (21:30H, SportTV) a abrir a temporada. É a primeira época após a redução dos campeonatos profissionais e que começa atormentada pelo "Caso Mateus" e com uma nova direcção da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) eleita, mas sem poder tomar posse. Está aí o futebol à boa maneira portuguesa! Com casos e com Benfica, Porto e Sporting como crónicos candidatos...

Sporting parte com mais fulgor

A abrir a jornada 1 o campeão em título recebe o Leiria num curioso embate que significará a primeira passagem de Domingos Paciência pelo Estádio do Dragão como adversário. O ex-avançado portista e ex-técnico da equipa B azul e branca está ao leme do Leiria naquela que é a sua primeira experiência na divisão principal, tendo no plantel Bruno Vale, Paulo Machado e Ivanildo emprestados pelo Porto. Entre as perdas de mercado do clube está o central João Paulo que assinou precisamente pelo Porto, mas que não poderá jogar devido a lesão. Domingos já anunciou a aposta preferencial no ataque e do outro lado Jesualdo Ferreira, que só assumiu as rédeas do Porto há uma semana, herda o futebol ofensivo de Co Adriaanse. Sem reforços de vulto neste defeso e mantendo as grandes figuras do plantel, como Quaresma e Lucho González, o Porto enfrentará como principal dificuldade neste início de época a adaptação a novos métodos de trabalho e a interrupção de uma filosofia de jogo que demorou a entranhar. A ver se Jesualdo lida com mestria com o problema...
Já o Sporting parte com o brilho de uma pré-temporada animada pelo sucesso. Com um plantel apoiado nos jovens da casa, onde imperam nomes como Moutinho e Nani e onde começa a mostrar graça Yannick Djaló, e com os médios Farnerud e Paredes como reforços, o treinador Paulo Bento deu continuidade ao bom trabalho da época passada na elaboração do grupo de trabalho.
Do outro lado, na capital, temos um Benfica que cambaleou durante a pré-época, mas que mostrou credenciais frente ao Áustria de Viena na pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Com o filho pródigo Rui Costa como "maestro", o treinador Fernando Santos sucedeu a Ronald Koeman e pôde manter a espinha-dorsal do plantel, nomeadamente Simão Sabrosa, contando ainda com Katsouranis, Paulo Jorge, Kikin Fonseca e Miguelito como reforços e promovendo a integração de Manú, João Coimbra e Diego Souza.
A unir os três "grandes" está este ano o facto de todos serem treinados por portugueses, sendo que apenas Estrela da Amadora e Boavista apostam em técnicos estrangeiros com o moçambicano Daúto Faquirá e o montenegrino Zeljco Petrovic, respectivamente.
Na idade é o Porto quem aposta no nome mais experiente com Jesualdo Ferreira a ser o mais velho dos treinadores com 60 anos. Entre os mais novos estão Domingos Paciência e Hélio Sousa (Vit.Setúbal), ambos com 37 anos.

Bracarenses à espreita do título

Logo atrás dos três "grandes" na corrida ao título surge um Sporting de Braga que se reforçou com nomes firmados no futebol português. João Pinto, Maciel e Marcel são as mais mediáticas das aquisições do clube que Jesualdo Ferreira apurou para a Taça UEFA na época passada. Agora com Carlos Carvalhal muito se espera dos arsenalistas que têm em João Tomás (saiu para o Qatar) a principal "baixa". Mas as aspirações do título são sempre medidas na improbabilidade de ultrapassar os "grandes", sendo que apenas Belenenses, na época 1945/46, e Boavista, em 2000/01, o conseguiram.
No patamar seguinte surge o Nacional da Madeira que foi quinto na época passada com Manuel Machado que se mudou para a Académica. Agora com o ex-boavisteiro Carlos Brito os madeirenses contam fazer uma época ao nível das últimas, tendo por meta novo apuramento para a Taça UEFA. No defeso a equipa manteve a aposta no mercado brasileiro e perdeu o defesa Miguelito para o Benfica e o avançado André Pinto.
O Boavista apresenta-se órfão de Jesualdo Ferreira, que preparou a temporada no Bessa e que traiu o emblema pelo rival do Dragão, sendo o técnico montenegrino Zeljko Petrovic um absoluto desconhecido. Numa política de contenção orçamental o recurso nas transferências virou-se para o Leste europeu, sendo de notar ainda os regressos de Ricardo Sousa e Mário Silva.
Nas contas do meio da tabela surge também o Marítimo de Ulisses Morais que tem aspirações de fazer melhor do que o 10º lugar da época passada, apontando o apuramento para a UEFA como meta ideal. Há ainda a contar o Vitória de Setúbal que, embora abalado por uma dura crise financeira, tem conseguido bons resultados desportivos. Hélio Sousa mantém-se ao leme dos sadinos contando com vários reforços vindos do Sporting, nomeadamente o central Hugo, que rescindiu com os leões, e Labarthe, Lourenço e Varela por empréstimo.
O Belenenses é um daqueles emblemas que reclama o título de "quarto grande", mas a equipa foi despromovida na classificação final na época passada, embora fruto do "Caso Mateus" se possa manter no primeiro escalão. Esse é o veredicto da justiça desportiva, embora persista a incógnita. Jorge Jesus é o treinador e o avançado Manoel, ex-Sporting, é um dos reforços.
Na luta pela manutenção estarão previsivelmente a Académica que com Manuel Machado procurará consolidar a posição na primeira Liga; o Beira-Mar de Augusto Inácio que aposta em Mário Jardel no regresso ao primeiro escalão; o Desportivo das Aves que sob a batuta do professor Neca volta também ao convívio dos "grandes"; e por fim a Naval de Rogério Gonçalves e o Paços de Ferreira de José Mota, duas equipas que apostam na estabilidade sem loucuras de orçamento.

Porto campeão no orçamento

E nesta questão dos orçamentos há vários escalões em competição, sendo nítido que o Porto é equipa de campeonato mais endinheirado. Os dragões apresentam como começa a ser habitual o maior investimento no futebol de todos os clubes com números
da ordem dos 40 milhões de euros. Com um orçamento a rondar cerca de metade deste valor aparecem Benfica (25 milhões) e
Sporting (20 milhões).
Mais atrás surgem as equipas da Madeira, o Marítimo com 7,5 milhões e o Nacional com 5 milhões, o mesmo valor que em Braga se investe no plantel. A Académica gasta 4,5 milhões, mais 500 mil do que o Boavista, seguindo-se o Belenenses com um orçamento de
3,75 milhões e com um pouco menos a União de Leiria.
No fundo da tabela dos dinheiros surge o Beira-Mar com um orçamento de 2,5 milhões, seguindo-se Vitória de Setúbal e Estrela da Amadora com 1,7 milhões cada, apostando a Naval apenas menos 100 mil euros. Por último Paços de Ferreira e Desportivo das Aves investem cada um 1,5 milhões de euros.

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