Benfica deu prenda de cristal ao árbitro do jogo com a Naval


Benfica deu prenda de cristal ao árbitro do jogo com a Naval
Carolina Salgado testemunhou no Tribunal de Gondomar em mais uma sessão do julgamento do "Apito Dourado". A ex-companheira de Pinto da Costa alega ter presenciado conversas entre o presidente do Porto, Valentim Loureiro e Pinto de Sousa em torno de alegados favorecimentos ao Gondomar. A defesa de Pinto de Sousa já solicitou o testemunho de Pinto da Costa para contrariar esta versão. Mas a marcar o dia está a revelação do árbitro Rui Silva que diz ter recebido uma peça de cristal do Benfica no jogo com a Naval.




O presidente do clube da Figueira da Foz, Aprígio Santos, já disse na Rádio Renascença que «no melhor pano cai a nódoa» e que «há muita gente que fala, mas devia estar calada». As palavras do dirigente têm por alvo Luís Filipe Vieira, o presidente da Luz que tem falado insistentemente do "Apito Dourado" e da necessidade de punir os culpados em nome da transparência no futebol português.

Em causa está o jogo do dia 15 de Setembro de 2007 que o Benfica ganhou à Naval por 3-0 na Luz. Estávamos na jornada 4 do campeonato e o árbitro Rui Silva, que apitou o jogo, disse na quarta-feira no Tribunal de Gondomar que recebeu do Benfica uma peça de cristal e que esta foi uma das prendas mais valiosas que lhe foram entregues durante a sua actividade de homem do apito, além de um fio de ouro do Gondomar. A Renascença repara que a Comissão Disciplinar da Liga de Clubes vai analisar o caso.


Entretanto nesta quinta-feira de manhã foi a vez de Carolina Salgado depôr como testemunha para anunciar a existência de várias conversas entre Pinto da Costa, Pinto de Sousa e Valentim Loureiro num restaurante da zona do Bessa pertencente à família do Major. A ex-companheira do presidente do Porto alega não ter «dúvidas nenhumas» de que estes encontros giravam em torno das arbitragens com vista ao favorecimento do Gondomar.

«Sei que falavam do Gondomar, mas não posso precisar se foi o jogo Beira Mar-Gondomar», disse Carolina Salgado em Tribunal, dando assim mostras de desconhecimento do facto de estes dois emblemas jogarem em divisões diferentes na altura a que reportam os factos analisados, isto é, a época 2003/2004.

O testemunho de Carolina Salgado durou cerca de hora e meia e motivou a que a defesa de Pinto de Sousa solicitasse a presença de Pinto da Costa em Tribunal para contrariar a versão da sua ex-companheira. O juíz titular do caso aceitou a pretensão e também deu o seu aval ao requerimento do advogado de Valentim Loureiro que pretende a audição de três funcionários do restaurante onde terão tido lugar as tais conversas.

Note-se que decorre neste momento um processo contra Carolina Salgado apresentado por Valentim Loureiro alegando falso testemunho desta no âmbito da versão repetida nesta quinta-feira em Tribunal depois de a ter já relatado na fase de Instrução.


Fotos: Lusa


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